Os gastos dos brasileiros durante o Natal de 2023 registraram uma redução, tornando esta a temporada mais fraca dos últimos três anos, conforme indicado pelo Indicador de Atividade do Comércio da Serasa Experian. O levantamento revela que, na semana do feriado, de 18 a 24 de dezembro, as vendas no varejo físico durante o Natal apresentaram uma queda de 1,4% em comparação com o mesmo período do ano anterior.

Vendas na Semana do Natal

No final de semana da celebração (22 a 24/12/2023), a queda foi ainda mais pronunciada, atingindo -10,7% em relação ao mesmo intervalo do ano precedente (16 a 18/12/2022). O economista da Serasa Experian, Luiz Rabi, sugere que o fato de o dia 24 ter sido um domingo pode ter influenciado a diminuição nas vendas no final de semana, dado que este é tradicionalmente um dia mais fraco para o comércio.

Desempenho Abaixo do Esperado

O desempenho do Natal de 2023 no setor comercial contradiz algumas expectativas e confirma outras. A Associação Comercial de São Paulo previa uma diminuição nas vendas natalinas em comparação com o ano anterior, enquanto a Confederação Nacional do Comércio antecipava um aumento de 5%. É relevante mencionar que a Black Friday de 2023 também apresentou resultados aquém do esperado, registrando uma queda de 15,1% em relação à edição de 2022, sendo uma das piores Black Fridays da história. Assim, o ano de 2023 encerra com resultados desfavoráveis para o varejo brasileiro, especialmente no período de fim de ano.

Hora de Reestruturar a Finanças

O economista Luiz Rabi comenta: "Com a inadimplência atingindo números recordes este ano, os consumidores priorizaram a reestruturação financeira, optando por utilizar o 13º salário para o pagamento e renegociação de dívidas, deixando as compras e presentes de Natal em segundo plano".

As vendas natalinas no varejo físico paulista, de acordo com o Indicador de Atividade do Comércio da Serasa Experian, também seguiram a tendência nacional de baixa, registrando uma diminuição de -1,2% durante a semana do Natal e -9,6% no final de semana, em comparação ao mesmo período do ano anterior. Assim, a capital paulista reflete a tendência geral de redução nas vendas de Natal em todo o país.

Tendências do Varejo para 2024

Algumas das tendências do varejo para 2024 incluem a otimização dos processos logísticos e a busca por soluções que ofereçam entregas mais ágeis e eficientes. As tendências do varejo para o próximo ano provavelmente estarão centradas na personalização, integração de canais, sustentabilidade, tecnologias imersivas e aprimoramento da experiência do cliente.

Confira as 07 grandes tendências para o Varejo 2024:

01 - Inteligência Artificial no Varejo:

Em 2024, a inteligência artificial terá presença significativa no varejo, influenciando áreas como análise de crédito, alocação de pessoal e estoque. A acessibilidade da IA beneficia tanto pequenos quanto grandes varejistas.

02 - Lojas Menores e Mais Estratégicas:

Com a retomada do consumo, os varejistas devem reavaliar o tamanho das lojas, usando tecnologia de dados e inteligência artificial para equilibrar estoque, sortimento e experiência.

03 - Consolidação de Novos Pontos de Venda:

Em 2024, espera-se a consolidação de estratégias de expansão em locais alternativos, como strip malls, aeroportos e parques privatizados, diversificando as oportunidades de negócios.

04 - Profissionalização do Varejo de Proximidade:

A ascensão do varejo de proximidade, exemplificado pela Oxxo em São Paulo, destaca uma tendência de profissionalização e adoção de modelos multicanais por marcas preparadas.

05- Consumo Impulsionado pela Queda nos Juros:

A previsão para 2024 é que a queda nos juros impulsione o consumo de produtos de maior valor, como eletrônicos e eletrodomésticos, com programas governamentais como o Desenrola facilitando a regularização financeira.

06 - Gestão Financeira Cautelosa:

Inspiradas por casos como Americanas e SouthRock, as empresas adotam uma abordagem mais cautelosa em relação às finanças em 2024, com orçamentos responsáveis e uma busca por eficiência operacional.

07 - ESG no Centro das Atividades:

As agendas ambientais e de diversidade tornam-se centrais nos negócios, incluindo o varejo, em 2024. A demanda por práticas sustentáveis e diversidade impulsiona a mudança e a inovação nas empresas.

Conclusão

Os varejistas que estiverem atentos e preparados para abraçar essas tendências terão uma maior probabilidade de se destacar em um mercado em constante evolução. Preparar-se para as tendências do varejo para 2024 envolve uma abordagem estratégica e proativa.

Fontes: Serasa Experian e Pequenas Empresas Grandes Negócios